Hoje estou aqui… pensando.
Nunca imaginei que este dia chegaria — o dia de comemorar o Dia dos Pais sem ter você fisicamente comigo.
Uma dor silenciosa, um aperto no peito… e uma vontade imensa de te abraçar e ouvir aquele seu “oi, fio”.
Hoje fomos e tentamos ficar mais próximos .e a mãe com os olhos cheios de lágrimas, e disse: “Ele está bem… melhor do que se estivesse em um cemitério.”
Levei seu violão — talvez na inocência de acreditar que algum som pudesse sair.
Parte da família não estava preparada para ir… mas fomos. Firmes, não fortes. Porque mentir dizendo que não dói… não dá.
A saudade corre solta nas veias, queima.
Ah, meu paizinho… que bom que eu te beijei muito, que te abracei muito, que vivemos tudo o que podíamos viver.
Você estava lá nos meus dias de vitória… e nos meus maiores medos e dificuldades.
Não consigo lembrar de um momento em que você e a mãe não estivessem juntos comigo.
Fui um privilegiado de ter você tanto tempo ao meu lado.
Mas, a cada dia, a saudade fica mais aguda… mais doída.
E hoje, baixinho, eu disse “feliz Dia dos Pais”…
Mas a vontade era de gritar.
Eu fico esperando alguma coisa acontecer para ouvir sua voz… seu “oi, fio”…
Aquele jeito de me esperar dormir para depois me levar para o quarto.
Tô meio perdido, sem saber o que pensar, sem saber o que fazer.
Será que teremos outra chance?
Eu preciso acreditar… para conseguir seguir.
O seu anel de formatura está na minha cabeceira, guardado numa caixinha.
Pra eu nunca esquecer da sua luta.
A mãe está bem… a saúde física e mental dela está surpreendente.
E como você decidiu, o Adriano fica comigo no hospital… e voce com a mãe em casa.
Mas …….o Adriano voltou sozinho. Só me abraçou.
E naquele abraço… eu entendi tudo.
Que dor, meu paizinho… que dor.